19/07/2016

Ascensão e Queda das Civilizações: O Terrorismo


Ascensão e Queda das Civilizações
- O Terrorismo

Por 

Sasha Lamounier


A tradição liberal clássica (e iluminista) defende o secularismo, portanto, o Estado Laico. Defende também a primazia do indivíduo e seu direito de ser e viver a vida como melhor lhe aprouver. O liberalismo clássico eleva como princípios canônicos a vida, a liberdade e a propriedade de cada indivíduo. Portanto, o liberalismo promove a autonomia máxima do indivíduo diante de diferentes contextos limitantes. Em um mundo cada vez mais assolado pelo terrorismo (um medo coletivo), de que maneira o liberalismo clássico pode contribuir para uma reflexão?


Introdução 

O terrorismo é a ação praticada por alguma instituição, privada ou estatal, legítima ou ilegítima internacionalmente, com o propósito de causar danos físicos, morais e psicológicos em suas vítimas. O dano psicológico, contudo, é o maior objetivo do terrorismo. E é isso que o diferencia do crime hediondo comum. O ato terrorista pode ser reclamado por todo tipo de causa. Não é, portanto, necessariamente um ato de uma religião ou grupo humano específico. A história registrou, inclusive, grupos terroristas de várias religiões.

Por exemplo, o Lehi (Lutadores para a Liberdade de Israel) era um grupo paramilitar e terrorista sionista (judaico) que cometeu diversos atos terroristas contra o mandato Britânico da Palestina entre os anos de 1940 e 1948. O IRA (Exército Republicano Irlandês) é um grupo católico na Irlanda, de cunho paramilitar e que cometeu diversos atos terroristas, visando a reunificação das Irlandas. Temos também o ETA (Pátria Basca e Liberdade), cujo objetivo é alcançar a independência do país Basco, atualmente pertencente a Espanha. Há também o PKK (Partido dos Trabalhadores do Cudistão), acusado pela Turquia de usar do terrorismo e de ameaças para promover a separação dos curdos em regiões turcas, iraquianas, iranianas e sírias. Como outro exemplo, próximo as fronteiras brasileiras, podemos citar as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que visa a implementação de um estado socialista na Colômbia. Em todos os casos, trata-se de grupos combatidos por Estados. Portanto, são grupos classificados como não-estatais (paramilitares, voluntaristas, de organização privativa a seus membros). Portanto, são entidades que podem ser classificadas como “organizações privadas”, cujos objetivos são ideológicos.

Mas há também outros tipos de terrorismo. Como o estatal. Quando Hitler perseguia cidadãos alemães judeus para implementar sua doutrina racialista e ariana, ou quando Stalin mandava seus desafetos para os famosos Gulags, ambos atuavam como terroristas estatais. Eram seres humanos implementando a força contra outros seres humanos, criando medo e pânico para aqueles que não seguissem “as regras” de uma determinada ideologia. Contudo, vale lembrar que o Partido Nazista começou como um grupo voluntário até assumir o comando do governo alemão, tornando-se assim uma instituição de cunho estatal. Acontece também com Stalin, que utilizou sua influência no Partido Comunista Soviético para ascender ao poder. Mesmo que para isso tivesse de matar seus desafetos internos do próprio partido, como Trotsky (assassinado a mando de Stalin).

Mas como estes grupos chegam a tal extremismo e fanatismo de ideias? Como o Partido Nazista surgiu na Alemanha? Como Stalin surgiu na União Soviética? Como o Lehi, o IRA, o ETA, as FARC e tantos outros grupos ocidentais surgiram? Entender isso talvez nos dê uma luz para compreender como surgiram os diversos grupos terroristas islâmicos. Para compreender, recomendo os seguintes documentários e textos:


Lehi – Grupo terrorista sionista:



Terceiro Reich – A Ascensão:





Sobre o IRA (História da Irlanda - A Luta pela Independência):




O que podemos observar por esta breve investigação são algumas condicionantes básicas para o surgimento do extremismo e fanatismo:

1.      Crise social:

A primeira coisa que precisa existir num determinado lugar para surgir grupos extremistas, dispostos a atos terroristas, é uma profunda crise social. Ou seja, divisão entre os muito ricos ou muito pobres, entre o estado vassalo e o estado dominante, entre o lado forte e o lado fraco. Sempre há dois lados na crise social. No caso da Alemanha pré-nazista, a Alemanha estava fraca e humilhada diante de toda Europa. Hitler surge neste espaço onde a necessidade de um renascimento alemão era imperativa. Na Irlanda do Norte, o cisma protestante e católico era antigo, criava tensões entre a Igreja da Inglaterra e os católicos irlandeses. Como manter uma Irlanda do Norte presa ao Parlamento britânico sediado em Londres (Inglaterra), sem com isso criar tensões? No Mandato Britânico da Palestina, os árabes eram a pesada maioria da população. Os Lehi (parte mais radical do Irgun, um grupo paramilitar israelense) desejavam impor o fim do mandato britânico para, com isso, impulsionar a imigração judaica para a região (aumentando, assim, o número de judeus frente ao de muçulmanos). No caso do Lehi e Israel, a tensão social entre árabes e judeus foi CRIADA pelos judeus e sua ânsia sionista.

2.      Crise econômica:

Além da crise social já ser uma importante condicionante para o extremismo, há um segundo fator que pode tornar ainda mais passional o contexto dos povos: a falta de boas condições de sobrevivência. A Alemanha, além de estar fraca e humilhada, também estava falida. O povo mal tinha trabalho e grande parte dos alemães eram pobres. Por isso o nome do partido nazista era “Partido dos Trabalhadores Alemães”. Isso explica a relativa facilidade de Hitler em ascender ao poder. Ele criou promessas para um povo necessitado de utopia. Ele criou o Terceiro Reich, o grande império alemão que nascera para conquistar os povos menos civilizados. Uma tese muito parecida com o atual extremismo islâmico…

3.      Contexto político:

O contexto político, por fim, é fundamental para o surgimento destes grupos. Se um país tem uma falha democracia ou um povo muito mal instruído para resolver suas demandas, ou ainda um povo muito desesperado por soluções, messias de toda ordem naturalmente vão surgir. Como se diz em ciência política, o poder não tem espaços vazios. Se uma democracia tem algum espaço vazio, ele será ocupado. Foi assim na Alemanha, foi assim na Irlanda do Norte, foi assim no País Basco, foi assim na Colômbia, na União Soviética, na França de Napoleão Bonaparte, na China de Mao Tse Tung e tem sido assim no Oriente Médio.



Um problema civilizacional

Poderíamos dizer, numa digressão mais profunda, que o messianismo é um mal das tradições judaico-cristãs e muçulmana. Afinal, o judaísmo, que é a primeira grande religião monoteísta do Ocidente nos revela que haverá um messias para reconstruir a Nação de Israel. O pai do judaísmo (Abraão) é também o pai do cristianismo e do islamismo. O cristianismo diz que Jesus Cristo foi este messias e que ele fundou uma nova aliança, terminando com o velho testamento para iniciar o novo. Já o islamismo diz que Jesus (Isa, pela grafia árabe) foi um grande profeta, mas não o último. Maomé teria sido o grande profeta, que teria terminado aquilo iniciado com Abraão (Ibrahim, pela grafia árabe). Ou seja, judaísmo, cristianismo e islamismo fazem parte da mesma tradição monoteísta. 

Portanto, quando falamos de terrorismo islâmico, estamos advogando em favor de duas tradições e condenando uma outra. Falar do terrorismo “islâmico” é condenar toda uma civilização ao rótulo de “bárbaros”. Exatamente o que fizeram os romanos com os povos não romanos. Ou os judeus com os gentios. O problema é que, historicamente, a tradição judaico-cristã (anterior ao islamismo) foi a formuladora original do terrorismo. No tempo de Jesus, muitos judeus consideravam que ele seria o grande vingador contra a dominação romana. Muitos esperavam pela revolução armada contra Roma. Coisa que Jesus negou e, por isso, foi muito facilmente traído pelos seus iguais. Vale lembrar que Jesus era judeu. A crucificação era uma morte lenta e dolorosa, aplicável aos piores criminosos. E foi assim que “seu povo” julgou Jesus. Maomé, contudo, foi um profeta que não ficou apenas nas palavras. Ele promoveu um sistema econômico, social e político inteiro. E muito pacífico para sua época, considerando que romanos, judeus, gregos, persas e árabes adotaram as mesmas punições severas para crimes de toda ordem.

Conservadores ocidentalistas tem a tendência de considerar os árabes como invasores. Mas se tivermos de ir longe na história, teremos de falar do Império helênico (ocidental) que invadiu a Pérsia (atual arábia). Teremos de falar das guerras do mediterrâneo, que dariam origem ao Império Romano (ocidental). Teremos de falar das invasões romanas. Teremos de falar do surgimento do islamismo como uma defesa dos povos locais (arábicos) contra as invasões e dominação romana. Chegaremos aos califados islâmicos, combatidos posteriormente pelos povos europeus pós-romanos. Na ascensão das nações cristãs, veremos o nascimento das cruzadas, como tentativas de reconquista ocidental do território sagrado de Jerusalém. Uma região que viu nascer três grandes religiões e que, historicamente, se confundem.




Não há aqui agressor inicial ou final. Não há aqui o certo ou o errado. Mas há um conflito civilizacional antigo, impulsionado por questões práticas e realistas. Cada tempo criou seu paradigma. Cada civilização criou seu messias. Quando falamos de extremismo islâmico, precisamos entender como surgiu o extremismo islâmico. Porque existe o Hamas e o Fatah, na Palestina? Porque surgiu a Al Qaeda? O que busca o Estado Islâmico? 

Hamas e Fatah brigam pela libertação da Palestina que, anteriormente, foi invadido por judeus que, através dos Lehi, impulsionaram a imigração judaica para o território da Palestina, obrigando que o Mandato Britânico da Palestina criasse ali um Estado Judeu.

A Al Qaeda advoga pela unificação dos estados islâmicos, o chamado “pan-islamismo”, coisa que o Estado Islâmico (famoso ISIS ou Daesh) também defende. Oras, a defesa de utópicos impérios que possam unificar “religiões e etnias melhores do que outras” não lhe parece familiar? Acho que já ouvimos essa história lá atrás, com Hitler e o partido Nazista. E não é para menos. O nazismo foi, DE FATO, a inspiração do terrorismo islâmico moderno.



Recomendo este artigo, para compreender esta questão:



A instabilidade no Oriente Médio existe desde sempre. Mas aprofundou-se vertiginosamente no período da Primeira Guerra Mundial (chamada de a grande guerra imperialista) e o fim do Império Otomano e desenvolvimento dos Mandatos Britânicos. Literalmente, os ingleses (vencedores da primeira guerra mundial) “passaram a régua” e dividiram os territórios como melhor interessava aos interesses britânicos. Depois da Segunda Guerra, enfraquecidos, dividiram a Palestina de acordo com a vontade do lobby sionista. Mas não se fundiram ali nações coesas, e sim truncadas, com diferentes concepções religiosas (sunitas e xiitas, por exemplo) obrigadas a compartilhar do mesmo território. Este cenário favoreceu a instabilidade social, criando entraves para o desenvolvimento econômico e político da região. Estes entraves, contudo, em nada atrapalharam os interesses ocidentais. Israel tornou-se grande advogado do Ocidente no Oriente Médio. Israel representa, para os árabes, aquilo que os britânicos, os otomanos e os romanos representaram no passado. Esta é a chave para compreender a motivação do extremismo islâmico, que tenderá a crescer enquanto o Ocidente tratar o problema como tão e unicamente “árabe”.

A revolução industrial atingiu de maneiras diferentes as diferentes regiões do mundo. E isso inclui o Oriente Médio. 

Não, o problema do terrorismo não é “árabe”. É claro que o terrorista vai procurar justificação moral para seus atos. O Corão, como todo livro antigo, possui passagens que justificam o extremismo islâmico (como também a Bíblia e a Torá possuem as mesmas violentas passagens). Contudo, é importante frisar que contextualmente Maomé surgiu como um combatente anti-romano (portanto, anti invasão ocidental). E é Maomé o equivalente árabe em importância a Jesus, para o Ocidente. A “invasão” ocidental via mercados financeiros e pela cultura de grande mídia é, para muitos árabes, uma violação moderna de sua identidade. O mundo ocidental, pelo soft power, invade o Oriente Médio tanto quanto Roma um dia invadiu a mesma região. Daí entende-se o crescimento do fundamentalismo islâmico. O messianismo do califado islâmico paira como uma sombra em cima de nações e sociedades que sofrem com a pobreza, com governantes corruptos e com a falta de opção. O mundo tem mais de 1,5 bilhão de muçulmanos. E apenas uma ínfima parcela destes 1,5 bilhão de muçulmanos é terrorista. A maior parte dos muçulmanos é coagido pelos extremistas (que caem no calabouço da ignorância e do desespero). Morre mais muçulmano vítima de ataque terrorista do que ocidental. E este dado deveria ser relevante. 

Mapa que mostra, entre 2000 e 2014, o volume de ataques terroristas por região do mundo:


Por país: 



Qual é a solução?

A questão do terrorismo implica diversas diferentes formas de soluções. Primeiro, o perfil do terrorista é suicida. Portanto, ele não liga para a própria vida. Na verdade, ele já desistiu da própria vida para tentar gerar um impacto além-vida. Você não vence alguém disposto a morrer, com a morte. Logo, apesar do combate ser parte do remédio que pode impedir novos ataques terroristas mundo afora, ele está distante de ser a solução.

O que faz o terrorista perder o amor pela vida? Talvez a resposta esteja mais perto do que imaginamos. O que faz um traficante de drogas perder o amor pela própria vida? Atrocidades e brutalidades acontecem diariamente no mundo e em todos os continentes. A diferença é que o terrorista aprendeu a usar a tecnologia e a psicologia a seu favor. Do mesmo modo que a grande mídia e a Internet serviu para unir o mundo, serviu para espalhar rapidamente todo tipo de informação. Nisto incluso as atrocidades criminosas mundo afora. Terroristas não são diferentes de criminosos no ato. Eles se diferenciam pela justificativa, mas não pelo ato. O traficante de drogas não existe apenas por uma psicopatia latente na personalidade. O traficante surge quando, ainda criança, ele vê seus pais sendo mortos em sua frente. Ou quando vê sua mãe sendo estuprada ou definhando de fome. São nestes momentos que o desprezo pela vida e o sentimento de “justiçamento” aparece. Para que respeitar as regras, se as regras mataram meus pais? O que há de melhor numa cultura estrangeira que não segue o que meus pais, avós, bisavós e toda a gente da minha cidade segue? Porque não posso ter um país livre e próspero, enquanto todo o mundo Ocidental vive esbanjando tecnologia e desenvolvimento?

É no meio destas perguntas que surgem as ideologias. No Oriente Médio, muitos “messias” fazem nome vendendo soluções simples. Se falta um debate mais aprofundado no Ocidente sobre os problemas do Oriente Médio, também no Oriente Médio falta maior instrução de seu povo quanto aos problemas por eles enfrentados. São gerações de muçulmanos que se sentem injustiçados pelo mundo. São povos que não tem identidades coesas. E no entanto, no meio de tantas identidades discordantes, ainda assim todos tem os mesmos problemas.

Os grupos extremistas não se fortalecem graças ao muçulmano. O muçulmano comum, o médio, quer apenas viver sua vida, com suas tradições ao lado de sua família. Ninguém gosta de perder um ente querido. Muito menos os muçulmanos. No entanto, quando os EUA financia a Al Qaeda para combater a União Soviética, ou quando os EUA financia o Estado Islâmico para combater o governo sírio, ai sim o terrorismo se fortalece. Quando o petróleo do Oriente Médio interessa as nações industriais do Ocidente, ai temos a corrupção de governos e a manipulação de um sistema de poder. Não nos cabe simplificar as coisas. E por isso, esta moderna guerra é uma guerra de consciência. Uma guerra sistêmica. O muçulmano comum não é nosso inimigo. Ele é nosso igual. Porque ele é vítima de um sistema que nós também somos vítima. O desejo de liberdade que nós tanto temos, o muçulmano também tem.

É preciso diálogo. É preciso esclarecimento. É preciso união. E enquanto isso não acontecer, um novo ataque terrorista sempre vai surgir em qualquer lugar. Depois do ataque em Nice, em Julho de 2016, na França, ficou evidente que o terrorista não precisa de armas ou bombas. Basta vontade. Uma faca de cozinha, um carro, um caminhão, uma caneta… Qualquer coisa pode ser usado para matar. O Estado Islâmico (mais poderoso grupo terrorista da atualidade), sempre aproveitará qualquer ataque para reivindicar autoria (mesmo que nem se comprove a autoria). Faz parte da estratégia do medo.

Em 2015, milhares de refugiados da guerra na Síria tentaram a sorte desesperada no Mediterrâneo e na fronteira turca com a Europa. Eram mais de 900 mil refugiados. Como os governos europeus responderam? Primeiro com indiferença. Depois, com vitimismo. E para piorar, quando o Estado Islâmico afirmou que 4 mil terroristas estavam infiltrados entre os refugiados, como os conservadores mundo afora responderam? Negando-os, sobre pretexto de que os 900 mil refugiados eram potencialmente terroristas (ignorando que havia famílias inteiras entre os refugiados, crianças, bebê e idosos...).

O Ocidente se esquece que, dos 5 milhões de refugiados, pelo menos 4,8 milhões foram para os países ÁRABES vizinhos. Somente 900 mil vieram para Europa. Mas isso já foi suficiente para falarem em “islamização da Europa”. [1] [2]

Oras, ninguém percebe que o medo de “islamização da Europa” é idêntico ao medo de “ocidentalização” dos muçulmanos? Extremismo versus extremismo. É disso que se trata. A cura para este problema está na contramão do extremismo. É preciso compreensão. É preciso saber o que acontece em cada contexto. Somente assim, pela empatia, pela preocupação com o semelhante, é que conseguiremos criar caminhos para um diálogo duradouro.

O liberalismo clássico, enquanto tradição do pensamento filosófico, não pode lhe oferecer uma solução rápida ou definitiva. Mas indica um norte. Se buscamos a maior autonomia possível do indivíduo diante de diferentes contextos, também neste caso precisamos combater a coletivização do medo, do terror e da estigmatização de civilizações para assumir uma postura mais crítica, mais madura e mais realista. 

Não haverá nenhum novo messias neste mundo. E esta é a simples realidade. Todo aquele que surgir como o messias estará reafirmando o divisionismo e o extremismo. A solução, portanto, está dentro de cada indivíduo, sozinho e isolado em sua própria catarse pessoal e consciência. Sozinhos, mas vivendo em rede, é onde podemos mudar um mundo doente. 

Grato pela leitura,

Sasha Lamounier
Um Liberal Clássico no Século XXI



Referências: